6.10.10

Realidades alternativas - VW (Parte1)

 Em um cenário fictício quais modelos a VW também poderia ter fabricado no Brasil?


VW 1500 (Type 3)
A VW já fabricava o Fusca e a Kombi no Brasil desde o final dos anos 50, depois veio o Karmann-ghia, mas permaneceu assim por quase uma década até a chegada do VW 1600, mas e se a VW quisesse antecipar um modelo mais atualizado que o Fusca? O que eles tinham na Europa era o 1500 (Type 3) seria um parente do 1600 (popular Zé-do-Caixão), Variant e TL. Lançado na Alemanha em 1961 poderia ter desembarcado por aqui em 1965, como sedan, fastback e perua, poderiam situar num segmento um pouco mais sofisticado que o do Fusca no qual cedeu a plataforma. Pessoalmente achei o sedan bem legal.

Para a década de 70, um projeto que quase veio por aqui foi o Type 181 (conhecido por Thing), uma espécie de utilitário com a plataforma do Fusca, o nome cogitado para o Brasil seria Safari,  visualmente é um fusca quadrado. Houve outro projeto para um utilitário de design nacional mas foi descartado e lançado independentemente no mercado fora-de-série como o Jeg.

Audi 100 Sedan e fastback
Vamos supor que a VW decidisse entrar na briga do segmento  de carros de luxo dominado pelos Dodge Dart, Chevrolet Opala, Ford Landau e Alfa Romeo. A idéia de introduzir o Audi 100 no Brasil seria tentadora, claro, a VW teria que investir bastante no projeto, o Audi 100 foi lançado em 1968 e poderia ser produzido por aqui em 72 ou 73.
Audi 80 e o Audi 100 em sua geração para os anos 80

 A Audi também poderia aumentar a gama de modelos introduzindo o modelo 80 que compartilhava plataforma com o Passat.
Talvez para baratear a VW decidiu pela Variant II, mas acredito que a sua versão perua poderia ser um pouco mais cara mas seria mais bem sucedida que o "Variantão" e poderia concorrer com a Caravan da Chevrolet.
A Kombi que havia parado no tempo poderia ter sido substituida pela Transporter T3 nos anos 80,  até os  caminhões VW tinham essa cara. Mesmo nos dias de hoje esse visual não seria tão defasado.

Até o Fusca parou no tempo aqui no Brasil, na Alemanha e México ao longo do tempo ele ganhou janelas maiores, novo painel além de outros detalhes.
 
Gol e Parati poderiam ter versões 4 portas, apesar da pouca aceitação na época, fiz só por curiosidade, quanto ao Gol, a versão 4 portas poderia ter uma traseira menos inclinada como a do Golf, para dar um conforto maior aos passageiros de trás. O polo europeu dessa época era quase assim, tinha uma versão com traseira menos inclinada e outra mais reta.

E se a VW quisesse abandonar aos poucos o motor refrigerado a ar em favor do motor refrigerado a água em todos seus modelos (exceto Fusca e Kombi)? Alguns protótipos chegaram até a existir como foi o caso da Brasília e do SP3, o motor seria dianteiro e as frentes ganhariam entradas de ar.
Polo, Golf, Karmann-ghia e Scirocco
Todos sabem que a VW teve uma brilhante equipe de criação principalmente nos anos 60, 70 e 80, que criaram clássicos nacionais como o Brasilia, SP2, Karmann-ghia TC e Gol, mas esses carros só foram criados devido a uma queda de braço entre o presidente da VW brasileira com a VW alemã, a matriz queria os mesmos carros (ou quase) de acordo com o padrão alemão em todos os países que fabricassem VW. Mas se a matriz impusesse o padrão alemão no Brasil? como seria o cenário sem o  Brasília, SP2, KGTC e Gol? A primeira opção seria o Golf para ficar um nivel acima do Fusca, o Polo também seria uma opção mais barata, mas acredito que por causa do Fusca o Golf ganharia a parada para os anos 70 e deixando o Polo só para início dos anos 80. O Karman-ghia TC e o SP2 não vingariam, uma alternativa era o Karmann-Ghia Type34, ou esperar mais tarde pelo Scirocco, mas seriam opções remotas.
Polo e Golf para os anos 80
E se a VW não tivesse comprado a Autounion? Não sendo os donos da Audi,  DKW e cia, eles não teriam a eficiente mecânica dos motores refrigerados a água (lembram do AP? é esse mesmo) em carros como o Passat e o Golf, teriam que depender por mais um tempo dos motores boxer até desenvolverem um motor novo.
No Brasil seguiriam normalmente com Fusca, Kombi e seus derivados, mas com o 1600 (zé-do-caixão) não fazendo o sucesso esperado eles precisariam de um sedan, talvez até uma versão sedan do Brasilia. O próprio Gol em suas primeiras versões já tinha motor refrigerado a ar.


Mas se a VW não tivesse comprado a Autounion, ela ainda teria adquirido a NSU, e até chegou a  lançar esse modelo com o logo da VW, o K70, chegou a ter motor convencional, mas como nessa realidade eles não teriam a mecânica refrigerada a  água, o carro seria equipado com motor rotativo, um motor complicado para o Brasil, mas seria uma tentativa. Ja pensaram em um VW nacional com motor Wankel?

VW Polara e V100
 E se a VW ao comprar a Chrysler brasileira, ela quisesse reaproveitar esses carros com o logotipo alemão? Quanto ao Polara poderiam ter feito algo semelhante com o VW 1500 argentino, que era um Polara 4 portas. A picape D100, tinha parado de ser produzida uns anos antes, mas poderia ser reativada e otimizada para os anos 80 e oferecer algum combate a F1000 e D20.
VW Magnum?
Para fechar a matéria com chave de ouro no quesito bizarrice, e se a VW mantivesse o Dodge Magnum e derivados? Teriam coragem de inserir um logo VW no brutamontes? Por curiosidade acabei fazendo isso, é bem estranho mas seria o maior VW do mundo até então. Fãs da Dodge, não levem a sério, rs.


A matéria da VW na autolatina e nos anos 90 continua em uma postagem futura.


O conteúdo da matéria é uma ficção em uma realidade alternativa, onde seria considerado um cenário econômico mais favorável e um publico mais exigente, assim como as demais postagens desse tema.

Fonte de algumas imagens: http://www.autowp.ru/

7 comments:

Nanael Soubaim said...

Pronto, chegou onde eu queria.

Neste cenário o Fusca seria mais estável, espaçoso, confortável e talvez uma versão quatro portas (com vidros das portas traseiras apenas basculantes) fosse lançado para o mercado de taxis e frotistas. Sem contar que o motor nacional sempre foi mais potente do que o europeu. Cinco marchas opcionais, quem sabe. 4X4, quem sabe...

Não tivesse o motor à água, a VW se valeria de suas esteitas relações com a Porsche (com quem a pendenga é só judicial, internamente se dão muito bem) para aperfeiçoar o panzer a ar, com isto conseguiriam facilmente 55ou 60cv/litro ainda no fim dos anos setenta. Lembrando que a Tata ainda faz motores a ar. Imaginem um Fusquinha 1300 com cerca de 70cv a baixas 5200rpm. Certamente haveria um dois cilindros de mil cilindradas para as versões básicas.

Quanto à Kombi, acredito que dividiria a linha com o Transporter, mas sendo a versão de entrada (Kombi e Grand Kombi) talvez usando o motor plano e tanque sob o banco dianteiro, para ampliar o espaço interno, quem sabe até tendo já as portas corrediças (opcionalmente de ambos os lados) no início dos anos oitenta.

Com o Golf por aqui, não acredito que o Gol existiria, a não ser que o Fusca se tornasse extremamente barato e competisse em preço com as motos. Levando em conta que a idéia de Porsche era um monobloco, bastaria fazer o que muitos fazem, soldar em vez de parafusar chassi e assoalho, ou fazer peça única em baixo e soldá-la à carroceria.

A picape para serviço pesado é muito plausível, mas acredito que manteria uma identidade própria, assim como os demais. O Polara teria a traseira modificada para se parecer mais com um Volks, e talvez recebesse (eca) tração dianteira. O Deutsche Magnum até ficou bonito, os faróis são plausíveis, mas não a grade, que deveria acompanhar a cunha da frente de fibra. O certo é que a matriz se beneficiaria da experiência com o V8 canavieiro.

Motor Wankel? Talvez a Puma e a Miura se interessassem, para o mercado de grande escala poderia arranhar a boa fama (você conhece, você confia) que a Volks ainda prezava na época. Seria um motor para esportivos de rua e competições.

O 181 esbarraria no Jeep CJ3, teria que ser muito barato para competir com ele. Talvez a Gurgel aceitasse terceirizar a produção. Talvez até a Gurgel passasse a ter relações mais íntimas com a VW e o Fusca fosse lançado com "Pára-lamas que não amassam e não eferrujam".

Mas um país que permitisse um cenário assim já teria te permitido lançar o Vena.

Ronaldo said...

Nota 1000, Eduardo!!!! Sua imaginação é o
máximo!!!!! Que venham muito mais realidades alternativas... estou ansioso
para ver o material sobre a Willys,se não
fosse a sua aquisição pela Ford- sei que
virá coisa muito boa por aí!!! Abraços!!!!

Du Oliveira said...

De fato se o Golf viesse pra cá nos anos 70 seria porque a matriz "podou" a nossa equipe de criação, portanto, dificilmente projetariam o Gol e naquela época "graças a deus" não tinha essa moda de carro para países emergentes, rs.

Dificil era o Gurgel fazer algo que não fosse idéia dele, ele era genial, mas um pouco turrão. Mas concordo que eles poderiam terceirizar a carroceria do 181.

A cunha da frente do Magnum era mais estilo Dodge, o padrão VW era mais reto mesmo, o que eu fiz não ficou melhor que o original, mas padronizado com os demais VW da época.

cRiPpLe_rOoStEr a.k.a. Kamikaze said...

o motor boxer refrigerado a ar ainda tem bastante potencial, eu ja vi uns aumentados para 1900cc com 150hp SEM TURBO enquanto o audi a3 nacional precisava de turbo para chegar aos mesmos 150hp antes da potência aumentar para 180hp, e sem turbo ficava só nos 125hp...

a propósito: eventualmente pudessem até reaproveitar o desenho de modelos alemães como o golf e o passat adaptando o motor boxer (e no caso do golf teriam que reposicionar o motor ao invés de transversal para longitudinal)...

admx said...

Até hoje não entendo porque o Sr Gurgel não lançou seus jipinhos com a mecânica 4x4 do "safari" VW. Tive um Gurgel nos anos 90, e na primeira ira ao barro, a desgraça me deixou na mão. A única ferramenta dos Gurgel era o tal "Selecrition", um cabo de freio de mão independente nas duas rodas trazeiras. No meu caso o cabo rompeu-se, e danou-se. Os jipinhos Gurgel eram muito mais uns buguinhos com cara quadrada que autênticos off-road. Por isso dançaram com a entrada dos 4x4 importados.

Nanael Soubaim said...

Me peguei pensando cá com meus botóes; Não haverá uma customizadora, à moda da SR ou Sulan, interessada em dar um trato e assumir a garantia da Fräu Kombi?

Cláudio Cabral said...

Du, ja que não tivemos nem a Passat Variant nem a Parati com 4 portas, como seria uma Variant ou Variant II nessa configuração?